Cheias 2011

 

Pela segunda vez este Inverno, em 19 de Fevereiro, as ribeiras de Alenquer voltaram a saltar do leito.

Relembramos que no Inverno passado também tivemos uma grandes cheia, a 6 de Março, com amplitude maior que qualquer uma das ocorridas este ano. Se a ocorrência de cheias por dois anos consecutivas é um fenómeno atípico, a ocorrência de duas grandes cheias no mesmo Inverno é ainda mais raro.

Sem que se possa afirmar categoricaemnte que estes fenómenos são já consequência do aquecimento global, a verdade é que a sua ocorrência inscreve-se, na perfeição, nas previsões de multiplicação de fenómenos atmosféricos extremos, como ondas de calor, grandes secas, chuvadas intensas, e vendavais ciclónicos, associados ao aquecimento global. Uma temperatura mais elevada aumenta a evaporação e, se existe mais água na atmosfera, obviamente terá de aummentar a precipitação. Já o modo como esta ocorre e a sua distribuição são factores demasiado complexos para que possam ser aqui analisados. Do mesmo modo, uma atmosfera mais quente possui maior energia, logo umas maior capacidade de produzir fenómenos de grande intensidade.

 

  • DSCI0204
  • DSCI0214
  • DSCI0205
  • DSCI0208
  • DSCI0201
  • DSCI0206
  • DSCI0217
  • DSCI0210
  • DSCI0207

 

Na perspectiuva do ordenamento do território, a multiplicação da ocorrência de cheias vem relembrar-nos a importância da salvaguarda do licenciamento de construções em Reseva Ecológica Nacional, nomeadaemnte os leitos de cheia dos rios e as encostas instáveis. Devido à salvaguarda a que estes terrenos estão sujeito, ocorrem pressões sobre as autarquias para que sejam propostas desanexações, com que se pretente obter mais valias milionárias. Que a multiplicação das cheias sirva ao menos para mostrar a importância do ordenamento do território e desmarcarar as reais intenções das propostas de desanexação.